Virada Literária

Enquanto o planeta gira, São Paulo delira em palavras.

24 e 25 de Maio

18h | Mesa 1 — São Paulo começa a girar

José Manuel Diogo | Guilherme Borba | Tom Farias |

A cidade gira não apenas em torno dos seus relógios ou avenidas, mas da palavra que a funda, a desfigura e a reinventa. Neste gesto inaugural, os curadores da Virada convidam o público a pensar São Paulo como linguagem em movimento: uma metrópole que fala pelos seus silêncios, que escreve com seus corpos, que sonha com os pés no chão. Uma conversa sobre política, poesia, identidade e tudo aquilo que pulsa antes do amanhecer.

19h30 | Mesa 2 — A Cidade que Vive

Eugênio Bucci | Joao Paulo Cuenca | José Manuel Diogo

Viva, inquieta, porosa e contraditória — a cidade é mais do que cenário: é personagem, linguagem e ruído. Esta mesa reúne três observadores agudos do urbano, das suas camadas simbólicas e dos seus abismos. Jornalismo, literatura e crônica se entrelaçam para pensar a cidade como espaço de disputa narrativa, como corpo que sente, como máquina de memória. Como escrever — e sobreviver — numa cidade que pulsa entre a beleza e o colapso?

21h | Mesa 3 — As Estações do Corpo

Leandro Karnal | Simone Az | Rosane Borges

O corpo é linguagem. E nele se inscrevem as estações que nos atravessam: juventude, desejo, dor, tempo, memória, política, cor. O corpo como um espelho do tempo, guarda cicatrizes, desejos e reinvenções. Esta mesa propõe um mergulho na escrita e no pensamento do corpo como lugar de disputa simbólica, resistência e liberdade. Leandro Karnal, Simone Az e Rosane Borges trazem leituras múltiplas – filosófica, literária e crítica – sobre como habitamos nossos corpos em tempos de exposição, controle e transformação.

22h30 | Mesa 4 — A Cidade que Escreve

Andréa Del Fuego | Paulo Lins | Antoune Nakkhle

Há uma cidade que se escreve antes de ser lida: nos muros, nos becos, nos romances, nas ausências. Quando a literatura encontra as ruas, a cidade se torna narrativa viva. Esta mesa reúne duas vozes fundamentais da literatura brasileira contemporânea para explorar o que São Paulo escreve — e o que ela tenta apagar. Uma conversa sobre ficção e realidade, ruído e silêncio, bairro e abismo. Porque toda cidade que sobrevive precisa escrever a si mesma.

00h | Mesa 5 — O Tempo nos Olhos dos Outros

Xico Sá | Lucianny Aparecida | Semayat de Oliveira

O tempo não é o mesmo para todos. Enquanto uns o medem em relógios, outros o contam em feridas, afetos ou sobrevivência. Esta mesa propõe um encontro entre duas vozes que conhecem o Brasil do avesso e do dentro: o cronista que observa o absurdo cotidiano e a jornalista que narra o que a história oficial ignora. Um mergulho nos olhos dos outros — onde o tempo pulsa com mais verdade do que no calendário.⁸9

1h30 | Madrugada Poética

Coordenação de Mel Duarte

Quando a cidade adormece, a palavra desperta. A Madrugada Poética da Virada Literária de São Paulo é um gesto de resistência lírica — um terreiro da voz onde se encontram as potências da poesia falada, das ruas, dos livros e da memória. Este é o coração pulsante da Virada. Porque enquanto houver poesia, a noite não adormece.

Entre versos, batuques e silêncios carregados de sentido, a madrugada será ocupada por nomes fundamentais

Apresentadoras | Mel Duarte – Poeta, escritora e compositora, autora de cinco livros de poesia, incluindo "Colmeia – Poemas Reunidos". Reconhecida por seu compromisso com a palavra em movimento. APÊAGÁ – Multiartista trans-passarinha, pioneira do Slam no Ceará, autora de "me faço tempestade para não caber em redemoinho".

Poetas Convidados | Esmeralda Ribeiro – Escritora, integra os coletivos Quilombhoje e Escritoras Negras Flores de Baobá. Autora de "Malungos & Milongas" e "Orukomi – Meu Nome". Lucas Afonso – MC, ator e musicoterapeuta. Campeão do Slam Brasil e representante do Brasil na Copa do Mundo de Poesias, na França. Autor de "A Última Folha do Caderno". Akins Kintê – Poeta e documentarista. Autor de "Punga" e "Muzimba na Humildade sem Maldade". Dirigiu documentários sobre literatura periférica e cultura popular. Laura Conceição – Poeta e arte-educadora. Mestre em Educação, idealizadora do projeto "Poesia na Escola". Com três discos autorais e presença em eventos internacionais.

3h30 às 6h | Segundo Turno: Slam do 13

Slam do 13 | Caio Feitoza | Jéssica Campos | Maitê Costa | Santos Drummond | Thiago Peixoto

O Slam do 13, um dos coletivos mais antigos do movimento de slam no Brasil, marcará presença na programação da Biblioteca Mário de Andrade durante a Virada Cultural 2025, apresentando um pouco do que a literatura periférica tem produzido de melhor. Organizado pelos poetas e produtores culturais, Caio Feitoza, Jéssica Campos, Maitê Costa, Santos Drummond e Thiago Peixoto, o grupo irá realizar uma edição oficial de suas batalhas 13inho (poemas de até 13s) e 13ÃO (poemas de até 3min), com inscrições livres e microfone aberto, valendo vaga para final da temporada.

6h | Pão Nosso Literário. Entrada da Consolação

Curadoria de Ricardo Magalhães

“Literatura é fermento. Palavra é miolo. Pão é o corpo da cultura.”

Inspirada na obra de Mário de Andrade, a instalação Pão Nosso Literário convida o público a uma experiência sensorial e simbólica: pão na forma de letras, livros na forma de pão. Um gesto de alimento e leitura, de partilha e pensamento.O espaço será construído como uma padaria poética, onde os visitantes poderão literalmente comer o texto, saborear frases, tocar ideias com os dedos e os dentes. Os versos de Mário ganham cheiro, textura e forno: se tornam massa viva.Mais do que instalação, trata-se de um rito coletivo de comunhão com a palavra — um convite a lembrar que aquilo que nos sustenta, nos transforma. Que todo pão é texto, e todo texto precisa ser repartido.Pão Nosso Literário é a ceia da cidade. Um manifesto comestível sobre a fome que só a literatura alimenta.

7h | Cinema "O Avô na Sala de Estar: a Prosa Leve de Antonio Candido"

Brasil | 2024 | 45 min | Documentário | Livre

O documentário O Avô na Sala de Estar: a Prosa Leve de Antonio Candido apresenta uma biografia afetiva de um dos maiores intelectuais brasileiros: Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 1918 - São Paulo, 2017). Seu trabalho impactou a historiografia e a crítica literária no Brasil, e continua a ser basilar na formação de estudantes e profissionais. Em 2009, sua neta, a jornalista Maria Clara Vergueiro, registrou quatro almoços no apartamento do crítico. A partir desses encontros afetuosos, o filme mostra o lado mais íntimo do professor que lecionou por mais de meio século na Universidade de São Paulo (USP).

OS registros feitos por Maria Clara têm a intimidade que apenas uma relação próxima, como a de avô e neta, permitiria. O avô se mostra diferente das salas de aula, dos auditórios e, principalmente, do crítico comprometido que foi ao longo de sua vida. Com fotos familiares e uma visita à Biblioteca de Livros Raros da UNICAMP, onde estão os livros do professor e de seu avô, buscamos apresentar o homem e não a obra, um personagem singular, que contribuiu para a cultura e o ensino em nosso país.

O documentário é uma realização do Centro de Produção Audiovisual do Sesc São Paulo, com produção da MMTV Marcelo Machado Produções, contando com pesquisa, roteiro e direção de Fabiana Werneck e Marcelo Machado, produção executiva de Giovana Amano, entrevist de Maria Cara Vergueiro, fotografia original de João Rosa, imagens adicionais de Gustavo Almeida, montagem de Yuri Amaral, artes gráficasde Júlio Dui e trilha sonora de Marcos Azambuja.

8h | Mesa 6 — Pequenas Galáxias do Cotidiano

Amara Moira | Marco Haurélio | Rodrigo Casarin

Entre o épico da rua e o íntimo da pele, há constelações que se revelam no gesto pequeno, na fala esquecida, na dobra do dia. Esta mesa une duas potências narrativas: a escritora que transforma o corpo em linguagem e o cordelista que reinventa o Brasil profundo em versos populares. Juntos, eles costuram as galáxias invisíveis do cotidiano com beleza, humor e política. Porque é no que parece menor que o mundo se revela inteiro.

9h30 | Mesa 7 — Livros que andam nas mãos do povo

Bruna Lombardi | João Silvério Trevisan | Francis Manzoni

Os livros sempre andaram, mas nem sempre foram vistos. Nesta conversa, literatura e oralidade se encontram para celebrar a palavra que ultrapassa as estantes e circula entre mãos, praças e afetos. De uma poesia que inspira multidões a uma voz que brota da quebrada, esta mesa reúne sensibilidades que tocam o público em diferentes registros — e que reafirmam: um livro só vale quando é lido com o corpo todo.

11h | Mesa 8 — O Fim da Noite Não Existe

Trudruá Dorrico | José Manuel Diogo| André Augustus Diasz

A noite não termina — ela se transforma. Esta mesa marca a travessia entre escuridão e aurora, reunindo a força ancestral da palavra indígena com a vibração urbana de uma literatura que pulsa na contramão da lógica do mercado. Uma conversa sobre resistência, sonho, escrita e permanência. Porque quando a noite parece longa demais, a literatura insiste em amanhecer.

12h30 | Mesa 9 — E se a Terra parasse?

Antônio Prata | Ilana Trombka | Angélica Ferrarez

E se tudo parasse por um instante — e a gente finalmente escutasse? Vivemos num tempo em que tudo gira depressa — e, paradoxalmente, sentimos que nada se move. Esta mesa propõe imaginar o impensável: e se a Terra parasse? Com humor, profundidade e precisão, os participantes exploram o colapso do tempo afetivo, da escuta, da política e da linguagem. Um diálogo entre a crônica, a ação institucional e o pensamento crítico sobre como resistir à paralisia coletiva — e encontrar movimento mesmo no imobilism

14h | Mesa 10 — A Palavra é o Sol

Calila da Mercês | Renato Janine Ribeiro | Giovana Madalosso

A palavra, quando plenamente habitada, ilumina como o sol — atravessa sombras, aquece ideias, fecunda transformações. Esta mesa propõe uma reflexão sobre a potência regeneradora da linguagem e seu papel na construção de futuros mais justos. Entre a poesia de matriz afro-brasileira e o pensamento filosófico sobre ética e educação, Calila das Mercês e Renato Janine Ribeiro oferecem visões complementares sobre o que pode uma palavra quando se recusa a ser neutra. Um encontro entre o afeto político e a imaginação poética.

15h30 | Mesa 11 — Uma Orquestra Literária

Flavio Flu Santos | Marcelo Fornasier | Mauro Dahmer (mediação visual)
Direção: Paulo Scott

Nesta mesa performativa, as linguagens se cruzam como instrumentos afinados: a crônica marginal, a ficção filosófica e o traço visual se encontram num mesmo palco para improvisar sentidos e desafinar certezas. Uma conversa com ritmo, desenho e desvio. Porque literatura também é partitura — e às vezes desafinar é tocar a nota certa.

17h | Mesa 12 — Última Volta do Sol

Joyce Ribeiro entrevista Itamar Vieira Junior | Apresentação: Tom Farias

À medida que o dia se fecha e a travessia literária de 24 horas se aproxima do fim, a palavra volta a se tornar semente. Última Volta do Sol não é apenas encerramento — é gesto de plantio. Nesta mesa-entrevista, o escritor Itamar Vieira Junior, um dos nomes mais significativos da literatura brasileira contemporânea, conversa com a jornalista Joyce Ribeiro sobre memória, território, resistência e o lugar da literatura na reinvenção do Brasil profundo.u texto aqui...

Notícias

Localização

A primeira virada literária de São Paulo ocorrerá na Biblioteca Mário de Andrade

Endereço

Rua da Consolação 94, República São Paulo

CEP 01302-000

Horário

24 horas | 18h - 18h