Virada Literária: Uma Jornada Ininterrupta de Palavras e Ideias em São Paulo

Prepare-se para a primeira Virada Literária de São Paulo, onde a literatura se torna o eixo do mundo. Durante 24 horas, explore uma coreografia de vozes e afetos, mergulhando em um redemoinho de sentidos e reflexões. Junte-se a nós nessa celebração única da palavra.

5/8/20242 min read

Quando Leandro Karnal, Bruna Lombardi, Tom Farias, Eugênio Bucci e João Paulo Cuenca subirem comigo ao palco da e ajustarem seus microfones, algo de importante vai acontecer no mundo. Não será apenas a fala de produtores culturais ou escritores; será o começo de uma rotação cultural que, por 24 horas, transforma São Paulo no epicentro da língua portuguesa. A primeira Virada Lusófona, integrada à Virada Cultural, não é um evento isolado. É um marco de travessia.

Na rotação do mundo, entre os continentes que partilham o mesmo idioma, São Paulo se posiciona como um vértice de convergência. As palavras que ecoam dos palcos atravessam o Atlântico, alcançam as margens do Tejo, deslizam pelos bairros de Maputo, sobem as colinas de Luanda e chegam às ruas de Praia, em Cabo Verde. Essa conexão literária é, antes de tudo, um manifesto contra as fronteiras simbólicas que nos limitam.

Mas é mais do que literatura. A Virada Lusófona inaugura um eixo de transformação cultural que se alinha aos desafios do século XXI. Em um mundo fragmentado, onde o Norte dita regras e o Sul resiste em ser apenas mercado consumidor, a língua portuguesa emerge como território de reconstrução narrativa. É nas histórias que se contam nesses palcos que desenhamos novos modelos de sociedade. A narrativa não é só um espelho do real; é um laboratório de futuros possíveis.

Leandro Karnal, com sua visão crítica e o verbo afiado, provoca: "E se a palavra for o eixo da mudança? E se a cultura for a base econômica do próximo século?" Ao seu lado, Tom Farias recorda que os movimentos sociais e literários sempre antecederam as grandes viradas políticas. Não é coincidência que São Paulo seja o palco dessa travessia. É aqui, no coração da América do Sul, que as transformações ganham corpo e o improvável se torna possível.


Esta Virada Lusófona é uma travessia contínua. Não termina quando as luzes da Biblioteca se apagam. Cada conversa, cada verso declamado, cada encontro inesperado é semente plantada para um novo eixo Norte-Sul, onde a cultura é o motor do desenvolvimento e a literatura, a bússola que nos guia.

Quando Mel Poeta e Paulo Scott forem palavra e música, e palavras de música, e orquestras de palavras; e a Maria Clara e a Fabiana Werneck forem de novo prosa leve no quarto do avô Antônio Cândido a megalópole do sul será mais viva que nunca.

Quando Itamar Viera Júnior e Joyce Ribeiro descerem do palco e as palmas ecoarem pelo centro de São Paulo, o que terá acontecido não será apenas um evento. Terá sido uma rotação inteira. Um giro perfeito. Um instante em que o eixo do mundo cedeu um pouco mais para o Sul, e tudo ficou mais justo, mais prefeito e mais perto do futuro.